Peça de teatro “Dom Duardos” - de Gil Vicente com Encenação de Duarte Rodrigues
A Turma dos Cursos EFA-B3B assistiu, no dia dezassete de Novembro, à estreia da peça de teatro “Dom Duardos”, de Gil Vicente com Encenação de Duarte Rodrigues, numa Co-produção: Companhia Contigo Teatro/Grupo Mímica e Teatro Oficina Versus.
Pelas vinte horas e quarenta e cinco minutos, fomos chegando no ponto de encontro: em frente ao Teatro. Para muitos de nós (a maioria) era a primeira vez que entraríamos num teatro. Estávamos ansiosos e expectantes, a nossa Formadora de Linguagem e Comunicação certificou-se de quantos de nós se encontravam, para assim poder comprar os bilhetes, que previamente havia reservado e dado ser um grupo escolar, o preço foi simbólico, desde já agradecemos à organização. Entretanto, enquanto esperávamos, conversando uns com os outros, vendo chegar muitas pessoas, que se entretinham tal como nós na magia da noite… nada se compara. Por exemplo, quando vamos ao cinema, o que fazemos é comprar pipocas e nos dirigimos para a sala, não há esta magia que se verificava a cada canto, apesar do friozinho da noite...
Na Sé Catedral as vinte e uma badaladas começavam a tocar, e para nossa surpresa e alegria quer para quem ia assistir à peça quer dos transeuntes, surgiu um grupo de teatro de rua: homens a “deitarem fogo” pela boca, outro em cima de umas andas, que o colocava no mesmo nível que o topo das árvores… a gaita-de-foles inebriava todo o ambiente e fazia-se ouvir na pacatez do lago do Jardim Municipal; a moça que dançava energicamente, solicitando voluntários/as. A verdade é que dançou com muitos de nós - tudo isto enriqueceu, sem dúvida, o ambiente típico da época quinhentista! Tempo em que esta tragicomédia foi representada perante El-Rei D. João III.
À hora certa, vinte e uma e trinta entrámos no teatro, deram-nos os camarotes do segundo piso… alguns de nós tivemos de mudar, pois ficávamos atrás dos outros. A Formadora pedindo autorização, conseguiu-nos distribuir por vários camarotes.
Sem um ruído, lá se iniciou a peça. Às vezes, ríamo-nos das personagens e das suas atitudes, apesar do português usado ser o original de há quinhentos anos atrás, percebemos a história, claro que algumas palavras não percebemos o seu significado… A exemplo, a personagem “Flerida” (princesa amada por Dom Duardos) a determinada altura referiu: “- Ando tão anojada!”. Anojada significa triste, daí, ainda hoje em dia, se tirar a “licença de nojo”, quando alguém, próximo de nós, parte.
Encantados, ficámos com as mãos a doer de tanto bater palmas, adoramos tudo, mas fica aqui a nota de júbilo por vermos as pessoas com Necessidades Especiais a representarem os seus papéis com rigor e profissionalismo.
Já a noite ia tarde, e a manhã aproximava-se com mais um dia de trabalho, por isso, após a peça fomos nos nossos carros para casa, cientes da beleza do teatro e desejosos de podermos assistir a mais alguma peça, melhor a muitas mais!
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